Eu imaginei de várias formas durante os nove meses, como seria meu parto. Mas as coisas nem sempre saem como imaginamos... mas foi como Deus e minha pequena quiseram... e foi perfeito.
Meu parto foi a minha cara, louco e engraçado.
Na manhã do dia 12 de abril começou minhas contrações... informei a médica e ela pediu para que eu fosse ao seu consultório para que me examinasse as 14 horas... chegando lá, já estava com 2 cm de dilatação e as contrações eram de 7 em 7 min... ela me disse: - Vai nascer hoje, até as nove da noite, se você quiser pode internar agora, ou pode ir pra casa arrumar suas coisas e voltar as 17 horas, você tem mais ou menos 3 horas para chegar aos 4 cm de dilatação, que é o quanto você vai suportar a dor...
Não pensei duas vezes e fui pra casa, só que ao invés de pegar um táxi, fui caminhando. Sei que é loucura, mais fui. Li na minha gestação que caminhar acelera o parto, então, caminhei por uns 20 min, entrei no shopping, dei uma volta e quando vi que as dores aumentaram peguei um táxi, cheguei em casa, tomei um banho quente, bem demorado, fiz 10 agachamentos e sentei na bola de pilates pra esperar o Ezequiel chegar em casa. Isso já era cinco da tarde, o horário que a médica disse que eu tinha que estar no hospital, nesse momento, minhas contrações estavam de 3 em 3 min e já não conseguia mais ficar parada... Chamamos um táxi e pra nossa felicidade era horário de pico em Arequipa, trânsito parado e eu com dores, cada vez mais fortes, pensei que Antonella ia nascer ali... mas ela aguentou, chegamos no hospital já era seis, já não aguentava mais e tinha recém dilatado 4 cm... A médica me disse: - De 0 a 10 quanto você suporta a dor?
E eu respondi, está em sete e meio... aguento mais uma hora... sou forte kkkk
Loucura!!! Naquele momento não sabia o que tava falando, minha dilatação foi pra seis em meia hora e quem disse que você aguenta mais alguma coisa dai em diante, queria desistir do parto normal, queria que me descem algo para acalmar a dor, queria de toda forma uma anestesia... mas como tudo flui ao meu favor, o anestesista estava numa cirurgia e ia demorar, minha dilatação foi a 8 cm em dois toques... nesse exato momento ouvi a doutora falar que ia nascer, que era pra todas se organizar que íamos realizar o parto... foi aquela correria na sala...
Lembro que passei os noves meses falando pra Antonella que queria que fosse eu e ela, sem anestesia, queria sentir tudo que se passava e assim foi, por mais que quisesse desistir, e não tinha noção do que tava falando. E pra ajudar a minha situação, falei pro Ezequiel alguns dias antes: - Vai chegar na hora e eu vou querer desistir, vou falar pra vc que não posso, que não consigo, que quero fazer cesária, mas você não dê ouvidos, eu posso e vou aguentar a dor...
E foi exatamente isso que aconteceu... estava deitada, a Antonella prestes a vir ao mundo, Ezequiel segurando a minha mão, e eu falava pra ele que queria cesária, que não ia conseguir, que a dor estava insuportável, que ele precisava me ajudar...
E foi aí que ele me disse: - Você pode amor, ela ta quase, você ja fez tanta coisa mais difícil, você escalou o Misti, trazer nossa filha ao mundo é mais fácil...
Verdade!! Escalar um vulcão é muito mais difícil que um parto, você só precisa se concentrar e relaxar... respirar fundo e deixar tudo vir... e assim ela veio, a adrenalina tomou conta do meu corpo e ela nasceu, minha peruaninha veio ao mundo as 20:05 horas do dia 12 de Abril, pesando 2770kg medindo 49 cm, e a cara do pai, sim, você carrega nove meses e sai a cara do pai. Escutei a médica falar isso na hora exata que ela colocou a cara pra fora... faz parte, o que importa que ela tem saúde e é a coisa mais linda que eu já vi na vida...rsrsrs
E assim foi... mais uma história pro meu álbum da vida... ahhhaa esqueci de relatar que, quase mordi o Ezequiel, que mordi a assistente da doutora, que nessa hora você não tem controle sobre seus instintos... então, todo cuidado é pouco.
E a pergunta que todo mundo me faz: - Doeu?
- Meu Deus, como doeuuuu, mas eu faria tudo de novo, bem igual, porque não existe sensação melhor na vida que trazer um filho ao mundo... é ali que nasce uma criança e na mesma hora, nasce uma mãe, forte e capaz de enfrentar tudo que vier dali por diante...
Com amor
Monny
Relato de Mônica Letícia Sperandio Giacomini, em Arequipa, Peru.
Nenhum comentário:
Postar um comentário