domingo, 13 de maio de 2018

Meu primeiro parto

Eu imaginei de várias formas durante os nove meses, como seria meu parto. Mas as coisas nem sempre saem como imaginamos... mas foi como Deus e minha pequena quiseram... e foi perfeito.
Meu parto foi a minha cara, louco e engraçado. 
Na manhã do dia 12 de abril começou minhas contrações... informei a médica e ela pediu para que eu fosse ao seu consultório para que me examinasse as 14 horas... chegando lá, já estava com 2 cm de dilatação e as contrações eram de 7 em 7 min... ela me disse: - Vai nascer hoje, até as nove da noite, se você quiser pode internar agora, ou pode ir pra casa arrumar suas coisas e voltar as 17 horas, você tem mais ou menos 3 horas para chegar aos 4 cm de dilatação, que é o quanto você vai suportar a dor...
Não pensei duas vezes e fui pra casa, só que ao invés de pegar um táxi, fui caminhando. Sei que é loucura, mais fui. Li na minha gestação que caminhar acelera o parto, então, caminhei por uns 20 min, entrei no shopping, dei uma volta e quando vi que as dores aumentaram peguei um táxi, cheguei em casa, tomei um banho quente, bem demorado, fiz 10 agachamentos e sentei na bola de pilates pra esperar o Ezequiel chegar em casa. Isso já era cinco da tarde, o horário que a médica disse que eu tinha que estar no hospital, nesse momento, minhas contrações estavam de 3 em 3 min e já não conseguia mais ficar parada... Chamamos um táxi e pra nossa felicidade era horário de pico em Arequipa, trânsito parado e eu com dores, cada vez mais fortes, pensei que Antonella ia nascer ali... mas ela aguentou, chegamos no hospital já era seis, já não aguentava mais e tinha recém dilatado 4 cm... A médica me disse: - De 0 a 10 quanto você suporta a dor? 
E eu respondi, está em sete e meio... aguento mais uma hora... sou forte kkkk
Loucura!!! Naquele momento não sabia o que tava falando, minha dilatação foi pra seis em meia hora e quem disse que você aguenta mais alguma coisa dai em diante, queria desistir do parto normal, queria que me descem algo para acalmar a dor, queria de toda forma uma anestesia... mas como tudo flui ao meu favor, o anestesista estava numa cirurgia e ia demorar, minha dilatação foi a 8 cm em dois toques... nesse exato momento ouvi a doutora falar que ia nascer, que era pra todas se organizar que íamos realizar o parto... foi aquela correria na sala... 
Lembro que passei os noves meses falando pra Antonella que queria que fosse eu e ela, sem anestesia, queria sentir tudo que se passava e assim foi, por mais que quisesse desistir, e não tinha noção do que tava falando. E pra ajudar a minha situação, falei pro Ezequiel alguns dias antes: - Vai chegar na hora e eu vou querer desistir, vou falar pra vc que não posso, que não consigo, que quero fazer cesária, mas você não dê ouvidos, eu posso e vou aguentar a dor...
E foi exatamente isso que aconteceu... estava deitada, a Antonella prestes a vir ao mundo, Ezequiel segurando a minha mão, e eu falava pra ele que queria cesária, que não ia conseguir, que a dor estava insuportável, que ele precisava me ajudar...
E foi aí que ele me disse: - Você pode amor, ela ta quase, você ja fez tanta coisa mais difícil, você escalou o Misti, trazer nossa filha ao mundo é mais fácil... 
Verdade!! Escalar um vulcão é muito mais difícil que um parto, você só precisa se concentrar e relaxar... respirar fundo e deixar tudo vir... e assim ela veio, a adrenalina tomou conta do meu corpo e ela nasceu, minha peruaninha veio ao mundo as 20:05 horas do dia 12 de Abril, pesando 2770kg medindo 49 cm, e a cara do pai, sim, você carrega nove meses e sai a cara do pai. Escutei a médica falar isso na hora exata que ela colocou a cara pra fora... faz parte, o que importa que ela tem saúde e é a coisa mais linda que eu já vi na vida...rsrsrs
E assim foi... mais uma história pro meu álbum da vida... ahhhaa esqueci de relatar que, quase mordi o Ezequiel, que mordi a assistente da doutora, que nessa hora você não tem controle sobre seus instintos... então, todo cuidado é pouco.
E a pergunta que todo mundo me faz: - Doeu? 
- Meu Deus, como doeuuuu, mas eu faria tudo de novo, bem igual, porque não existe sensação melhor na vida que trazer um filho ao mundo... é ali que nasce uma criança e na mesma hora, nasce uma mãe, forte e capaz de enfrentar tudo que vier dali por diante...

Com amor
Monny

Relato de Mônica Letícia Sperandio Giacomini, em Arequipa, Peru.

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