quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A determinação de um ciclista de 59 anos!

O ciclista Benhur Luiz Maieron estava cruzando o país de bicicleta, do Oiapoque ao Chuí e durante o percurso, precisou fazer uma cirurgia no coração! Será que a aventura foi interrompida por causa desse problema de saúde? 

Conheça essa história de determinação e superação!



Benhur é um militar aposentado, que reside em Brasília desde 1997, mas, nasceu no Rio Grande do Sul. Casado e tem dois filhos. Acostumado a fazer longas viagens de bicicleta e moto, com 59 anos, ele decidiu fazer uma incrível aventura, daquelas que realmente poucos tem coragem de fazer, que é percorrer de bicicleta os dois extremos do Brasil, ou seja, os dois locais que ficam mais distantes um do outro no nosso país.



A surpreendente empreitada iniciou no dia 11 de dezembro de 2013. Ele partiu de Brasília, rumo ao Oipoque, em Macapá, com o objetivo de voltar atravessando o país inteiro, rumo ao Chuí, no Rio grande do Sul e depois retornar para Brasília!


 Ele levou muitos itens que poderiam ser úteis numa aventura dessas, como, barraca, colchonete, rede, fogareiro, livros, material de higiene, ferramentas, peças de reposição, etc.

No primeiro dia de viagem pedalou 62 km. No oitavo dia, ele completou 1.000 km percorridos, na cidade Miranorte, em Tocantins.


No décimo terceiro dia ele sofreu um acidente. Estava pedalando a noite pelo acostamento e derrapou, caindo no meio da pista.
 
Na queda, o guidão provocou um ferimento na coxa. Foi socorrido e levado para um hospital mais próximo, onde permaneceu seis dias em recuperação.



 Em março, quando ele finalmente chegou no Rio Grande do Sul, teve a necessidade de procurar um hospital, porque começou a sentir cansaço e dores no peito e braços. O médico diagnosticou como sendo “problemas na coluna”. Mas, na verdade, não era esse problema.  No dia 18 ele procurou orientação médica em um hospital na capital gaúcha. Após a consulta, foi feito eletrocardiograma e coleta de sangue para exame, que indicaram entupimento das coronárias. No dia seguinte, foi feita angioplastia com implantação de “stents” (molas para desobstrução) nas coronárias direita e esquerda.


 Poderíamos achar que a viagem encerrou assim; com ele voltando para casa de avião, para se recuperar. Contudo, com muita garra, 31 dias depois ele estava de volta nas rodovias, dando continuidade a grande aventura!


Números da viagem

A viagem foi realizada no período de 11 de dezembro de 2013 a 05 de junho de 2014, em um total de 177 dias.
Estados visitados: 13 - Distrito Federal, Goiás, Tocantins, Maranhão, Pará, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais.
Municípios: 274 municípios.
No trajeto, conheceu outros dois países: Guiana Francesa e Uruguai.

Distâncias percorridas

De Brasília ao Oiapoque: 2.849 km
Do Oiapoque ao Chuí: 5.542 km
Do Chuí a Brasília: 3.249 km
Total: 11.640 km
Deste total, 466 km em estradas de terra e 26 p
neus furados.

Gastos 

Cerca de 2.500 reais com hospedagens, quase sempre com diárias com valor inferior a 30 reais.
Custo total da viagem: aproximadamente 12 mil reais.

Outra coisa que surpreende nessa viagem é que durante os seis meses não houve nenhum incidente relacionado à segurança, mesmo nas periferias das grandes cidades. Ele disse que no Maranhão, estado que todos alertavam para ter o maior cuidado, foi muito tranquilo, com uma população muito hospitaleira.
 
Mais uma confirmação de que não podemos achar que o país e o mundo é tão perigoso como a mídia mostra.
Benhur diz que as estradas do roteiro se encontram em bom estado, o único problema é a falta de acostamento na maior parte dos trechos percorridos. Ele quase não utilizou o fogareiro, na maior parte da viagem se alimentou em restaurantes, padarias, barraquinhas ou casas de familiares.
Ele comenta: “As viagens fazem parte da minha rotina de vida, agora que estou aposentado, quero fazer mais percursos, já que só tenho isso pra fazer”.
“Vale a pena conhecer o Brasil. Em termos técnicos, foi difícil vencer estradas com asfalto ruim, sem acostamento. Mas viver a cultura brasileira de norte a sul é incrível”. 
Ele destacou diferenças no comportamento da população de cada região. “O Norte é muito acolhedor. Você passa uma hora conversando com as pessoas e já se sente da família. Em todo lugar que pedalei, todo mundo me dava uma força, me apoiava. O fator humano foi muito importante nessa viagem.”

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